TCC EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES
INTRODUÇÃO
Uma das habilidades necessárias ao terapeuta que trabalha nessa abordagem, consiste em saber efetuar a conceituação / formulação de casos clínicos, tendo como referência ou “pano de fundo”, o aporte teórico de natureza cognitivo-comportamental. Sem uma adequada formulação do caso, o trabalho se perde e o resultado da terapia pode até ser ineficaz (Caminha et al. 2003). A formulação orienta a escolha de técnicas, norteia a avaliação e progresso da terapia; requer geração e teste de hipóteses, aprimoramento continuo; conduz as estratégias de intervenção e pode prever obstáculos (FRIEDBERG E
MCCLURE, 2004). Além disso, a formulação é o veículo pelo qual a criança entende e percebe suas dificuldades. Conecta sintomas, pensamentos e comportamentos, auxiliando a introduzir os conceitos de auto descoberta e auto eficácia (STALLARD, 2007 ).
Especialistas no assunto alertam para o fato de que o jovem, na maioria das vezes, comparece à terapia por decisão e interesse de terceiros, como os pais ou responsáveis (STALLARD, 2007; RANGE, 2001) . Assim sendo, antes de iniciar o processo psicoterápico, é indispensável avaliar o grau de prontidão ou motivação para o tratamento. A premissa central é a de que o desejo de mudança precisa vir da criança; se não houver motivação, as chances de estabelecimento de uma relação colaborativa entre terapeuta e paciente e de conseqüente eficácia do processo terapêutico são reduzidas.
Portanto, inicialmente o terapeuta deve avaliar em que medida a criança está pronta para se engajar na terapia e / ou como a motivação pode ser aumentada (STALLARD, 2007).
Segundo Stallard, (2007), para responder a questões dessa natureza, podem ser utilizadas entrevistas motivacionais, segundo o referencial proposto por Prochaska e DiClemente (1992). Nesse modelo teórico - também muito utilizado para o tratamento de dependências químicas - há etapas especificas, correspondentes a