Sócrates e a Paideia

A Paideia, caracterizando-se como o método de educar a partir de um processo íntegro de desenvolvimento de habilidades do homem a fim de se constituir cidadãos dignos, vem no pensamento Socrático de forma mais abrangente. Isto porque Sócrates acaba por se preocupar mais com o homem como membro do grupo, e não apenas com o homem como indivíduo.
Sua ideia de educação está ligada ao fato de que a maior virtude do ser humano é o conhecimento, baseando-se num pensamento racional mais amplo acerca da relevante função que tem o Estado na sociedade, que diz respeito às atividades que devem ser desenvolvidas com o fim educacional e, com a concretização destas atividades, demonstrar e despertar ao homem o fato de que o seu comportamento moral não deve ser tido apenas como uma mera submissão ao que o Estado pede, mas sim como um comportamento nasce do próprio interior do ser humano.
Assim, tem-se que a Paideia de Sócrates está baseada no fato de a educação é uma forma da natureza racional do homem, centradas no que exige o Estado mas, também e mais importante, levando em consideração a sua vida interior, o seu arcabouço de cultura e de sabedoria.
Desse modo, podemos afirmar que a tira exposta na questão, ao admitir que “educação ruim gera bons telespectadores, péssimos eleitores e muitos candidatos”, se relaciona à ideia da Paideia de Sócrates a partir do momento em que se pode observar que nesta ideia, o homem, cheio de conhecimento e cultura, torna-se imune à qualquer hipótese de ato negativamente manipulador do Estado. Assim, partindo para a realidade de Estado e a sua administração, a atual sociedade, estando sujeita à uma péssima educação, torna-se uma sociedade de bons telespectadores no sentido de ser composta por indivíduos facilmente manipuláveis e, consequentemente péssimos eleitores por não serem conhecedores da realidade de administração da mescla de candidatos que surgem.