Síntese do texto Natureza: Predominância do Edênico
Centro de Ciências Humanas e Agrárias
Departamento de Letras e Humanidades
Curso de Licenciatura Plena em Letras
Componente Curricular: Literatura do Brasil Colonial.
Docente: Andréa Morais.
Discente: Patrícia Wanderley Síntese do texto Natureza: Predominância do Edênico
Com base nos relatos dos cronistas do período colonial, a historiadora Laura de Mello no ensaio Natureza: Predominância do Edênico assinala a expansão ultramarina ressaltando seu caráter bifronte. A bifrontalidade fundamenta-se principalmente pelo interesse econômico do homem europeu em conquistar novas terras e riquezas para fortalecer o poder do rei, bem como, propagar e converter povos recém-descobertos a fé cristã. Sobre esse pensamento, Laura de Mello conceitua que:
A expansão ocidental caracterizou-se pela bifrontalidade: por um lado, incorporavam-se novas terras, sujeitando-as ao poder temporal dos monarcas europeus; por outro lado, ganhavam-se novas ovelhas para a religião e para o papa. (SOUZA, 1986, p. 32).
A motivação da expansão marítima vinha atender não apenas os interesses comerciais, mas cristianizar os índios era propósito a ser alcançado pelos colonizadores diante do novo mundo. “A fé não se apresentava isolada da empresa ultramarina: propagava-se a fé, mas colonizava-se também.” (SOUZA, 1986, p. 33). O Período foi marcado pela religiosidade intensa, onde toda a ação dos navegadores tinha suas razões justificadas em nome de Deus e da fé católica. Assim relata a escritora.
“[...] os bons cuidados da Providência, propiciando o achado de prata e ouro, deveriam ser pagos com almas; por outro lado, quanto mais almas se enviassem aos céus, melhores seriam as disposições do Criador para com os colonos.” (SOUZA, 1986, p. 34).
A mentalidade do europeu alternava entre a realidade e fantasia, acreditava-se que quanto mais índios fossem catequizados, mais recompensados por Deus seriam. Há uma intercalação entre real e