Síntese do livro "A HISTÓRIA DA CASA BRASILEIRA", de Carlos Lemos
Em primeiro lugar, devemos deixar claro que a casa possui uma função de abrigo e oferece várias possibilidades de proteção, principalmente em relação a fatores climáticos. Entretanto, ela é caracterizada de acordo com uma determinada cultura ou necessidades de cada pessoa que irá habitá-la.
As primeiras técnicas construtivas, certamente, foram influenciadas pelas técnicas que os índios usavam em suas ocas, porém, mais tarde, adaptamos aquela “planta circular” às “plantas mais quadradas”.
Apesar das casas portuguesas terem se manifestado no Brasil, elas não tiveram a mesma funcionalidade e essência como as de Portugal. Podemos observar isso pelo fato de praticamente não existir casas rurais em Portugal, diferentemente do Brasil, onde a divisão territorial propiciou o isolamento das famílias por causa das grandes distâncias, fazendo com que a frequência destas na cidade, fossem apenas em dias de festa muito importantes.
As casas coloniais começaram a se definir melhor de acordo com que a mulher passou a se envolver com a sociedade. A casa popular urbana dos tempos coloniais teve praticamente a mesma planta pelo Brasil em geral, embora as técnicas construtivas agora tivessem mudado, porque eram construídas em terrenos estreitos e profundos. É ainda neste período, que nascem os sobrados, acessíveis apenas para os ricos, com a função de ser um depósito, armazém ou escritório na parte de baixo, e em cima a sua moradia.
A corte transferida de Lisboa para o Rio de Janeiro trouxe novos hábitos e novidades derivadas da Revolução Industrial, que logo originaram novas técnicas e novos materiais de construção. A partir daí, surgem as casas do século XIX. Estas por sua vez, passaram a ser mais iluminadas e decoradas, a terem uma nova organização de espaços e os reflexos da Revolução Industrial deram início ao primeiro