Síntese do livro Origens da Idade Média
Bark expõe teses de autores como Henri Pirenne, contestando-as ao longo de sua obra e utilizando de historiadores como Dopsch, Mickwitz, Rostovtzeff, Marc Bloch e Lefebvre des Noëttes, como base argumentativa.
Seu livro é dividido em cinco capítulos, em que no primeiro deles, o autor aponta a necessidade de fazer uma retrospectiva para entender o período medieval, além disso, afirma que deve- se considerar a ascensão da doutrina cristã ainda no declínio do Último Império. Bark assinala a irrelevância de se estabelecer uma única data para o início da Era Medieval, para ele a Idade Média é o conjunto de vários acontecimentos e modificações cronologicamente rápidas, múltiplas idades, assunto que ele transcorre mais precisamente no segundo capítulo. Nas palavras do autor: “Foi uma fusão e não uma interrupção abrupta ou um fluxo intempestivo” (BARK, 1979, p. 13).
Como sugere o título de seu segundo capítulo “O problema do início Medieval”, o autor apresenta diferentes visões de distintas épocas sobre a Idade Média – o que se constitui em um problema, a qual para a Renascença, o período pode ser entendido pela barbárie, ao passo que para o Iluminismo, o que melhor define o medievalismo é a fé e as superstições, já para a visão romântica o referido período servi-lhe apenas pela sua arte em vitrais representativos da cavalaria e grandiosidade de castelos.
Na sequência, Bark utiliza-se da tese de Henri Pirenne, hoje não mais reconhecida, para problematizar o início de um período de várias idades embutidas. Sua principal ênfase está na obra póstuma do autor Mahoemet et Charlemagne, a qual Pirenne (apud BARK, 1979, p. 18) ressalta “é rigorosamente certo que, sem