A FORMAÇÃO POLÍTICA E O TRABALHO DO PROFESSOR
Com a implantação da República os professores sentiram a necessidade de serem “agentes ativos” de modo que, as elites não aceitaram e implantaram a idéia de que a escola não poderia mudar a sociedade, e que os educadores em relação as suas lutas políticas deveriam ser imparciais durante as aulas e não deveriam expor suas opiniões para os alunos, com a justificativa de que a escola não era ambiente adequado para esse tipo de discussão afinal, se desejavam mudança que buscassem fora dela. A função do educador era de transmissão cultural, a relação professor-aluno não era algo criativo, e sim reprodutor, de maneira a preservar a cultura já existente. O profissional da educação tornava-se domesticado independente de sua origem nobre ou plebéia, e tornava-se integrante da elite e quando não acontecia, eles se tornavam os mediadores da dominação política cultural. E quando os educadores reagiram indignados com as condições em que se encontravam, não tiveram apoio e foram oprimidos pelo Estado e pelos meios de comunicação. Devido à herança da sociedade colonial onde os educadores eram cegados e mandados pelas elites ter ganhado força na primeira República, a visão e o status que tinha o professor desabou e o educador foi, ao que o autor chama de “rebaixado em seu nível social”, mas para Florestan o ponto positivo foi a reação que tiveram os professores, não se posicionaram como derrotados. E procuraram entender o aluno como um ser igual, se antes tinham a visão de superioridade passaram a ter uma visão igualitária, e que necessitavam ajudar seus alunos socialmente. Atitude que levou a uma relação professor-aluno mais estreita, levando os educadores a uma percepção maior de seus alunos, para compreender e transformar o que for possível. Florestan relata alguns problemas que a educação enfrentava, o desnivelamento na atividade do educador, que acarretava na perda da importância