Regional Serido
A área estudada faz parte geologicamente do chamado Domínio ou Faixa Seridó, no extremo nordeste da Província Borborema, sendo limitada a sul pelo Lineamento Patos e a oeste pela Zona de Cisalhamento Portalegre (Fig. 2.1).
Figura 2.1: Mapa geológico simplificado da Província Borborema, extremo nordeste do Brasil (Jardim de Sá, 1994, in Antunes, 1998).
2.1 Litoestratigrafia
Em termos litoestratigráficos, a região apresenta um embasamento gnáissico-migmatítico arqueano (Maciço São José do Campestre) e paleoproterozóico (Complexo Caicó), que constitui o substrato de faixas metassupracrustais (Grupo Seridó). Uma grande volume de rochas metaplutônicas, denominadas G2 (paleoproterozóico – Jardim de Sá, 1994 e Jardim de Sá et al., 1995) e G3 (neoproterozóico), geralmente com relações intrusivas no Grupo Seridó (amplamente aceito para o caso do G3, e defendido por Jardim de Sá, 1994 e Jardim de Sá et al., 1995 para o caso do G2), compõem as unidades pré-cambrianas. Ainda ocorrem enxames de diques de diabásio (magmatismo Rio Ceará-Mirim) e coberturas cretácicas (Bacia Potiguar) e mais recentes (Formação Barreiras). Para fins deste relatório, serão descritas, nos próximos itens, as unidades pré-cambrianas e os enxames de diques.
2.1.1 Embasamento gnáissico-migmatítico
Seguindo a seqüência litoestratigráfica regionalmente adotada (Jardim de Sá et al., 1995; Dantas, 1996; Van Schmus et al., 2003; Souza et al., 2007), tem-se como unidade mais antiga as rochas orto e paraderivadas do núcleo arqueano Maciço São José do Campestre; acima desta, está o denominado Complexo Caicó, que compõe o embasamento cristalino para a seqüência de metassupracrustais do Grupo Seridó.
O núcleo arqueano é composto por duas grandes unidades, sendo uma de natureza orto e a outra paraderivada (Dantas, 1996; Viegas & Souza, 2007). O primeiro grupo inclui metaplutônicas que apresentam as seguintes composições e idades, segundo Dantas et al. (2004): ortognaisses