Síndrome de down na perspectiva inclusiva
I INTRODUÇÃO
Partindo da análise da expectativa da sociedade com relação à instituição escolar verificamos que, até quase o final do século passado, o que se propunha para a escola, principalmente para a pública de um modo geral, é que ela selecionasse dentre a população um certo número de indivíduos que pudessem compor os quadros operativos do setor produtivo da sociedade. Por causa do desenvolvimento do setor produtivo do país, era preciso distinguir alguns indivíduos que operassem o processo. O instrumento usado para isso foi à escola. Esse conceito é importante para se compreender a natureza excludente da escola. Não se pode esquecer que, ao selecionar, ao escolher, nós excluímos. A exclusão é apenas a outra face da seleção. Se um foi selecionado entre dez, nove foram excluídos e a escola se prestou a essa função. Dessa forma, a escola oferecia aos selecionados o acesso ao universo do conhecimento, e a sociedade oferecia o acesso ao mercado de trabalho. Como seu caráter era seletivo, ela excluía multidões, milhões, para ficar com algumas centenas de milhares. Para alcançar os seus objetivos, o sistema montou um arcabouço seletivo que vai nos explicar, por exemplo, a existência da escola seriada. Evidentemente não passa pela cabeça de ninguém que o desenvolvimento de uma criança acompanha o calendário, que a criança é uma até o dia 31 de dezembro e nasce outra a partir do dia 1° de janeiro de cada ano. Até hoje não conseguimos descobrir quem inventou a escola seriada, nem alguém mais sério que a tenha defendido. Ela é a expressão máxima de uma escola seletiva. Juntamente com a invenção da escola seriada, foi desenvolvida uma série de procedimentos, alguns deles pseudopedagogias com o fim de mascarar a exclusão, veja o caráter nitidamente seletivo/excludente dos procedimentos de avaliação da aprendizagem que ainda são praticados. Então nós temos uma escola atendendo a um propósito,