Sátira gregoriana e seus pontos polêmicos.
Sátira gregoriana e seus pontos polêmicos.
Certamente uma das figuras mais controversas da literatura brasileira colonial vem a ser Gregório de Matos e Guerra. Com textos que foram reunidos postumamente cujas origens não são inteiramente conhecidas, para não dizer duvidosas, diversas questões polêmicas são levantadas em torno do conjunto de sua obra. Questões que vão desde a existência do autor como tal às formas como seus textos podem ser interpretados e recepcionados.
O crítico Haroldo de Campos, em seu artigo: “Original e Revolucionário”, nos expõe claramente esse debate em cujo centro está Gregório de Matos e as diversas questões suscitadas pela obra que lhe é atribuída. O crítico não o faz de forma simples ou despretensiosa, mas visando defender um ponto de vista específico que vai de encontro aos pontos de vista sustentados por outros críticos, aos quais faz alusão diretamente em seu texto. Tais críticos são Alfredo Bosi e João Adolfo Hansen que possuem diversos textos a respeito do Barroco e a respeito da obra gregoriana, dos quais se destacam “Do Antigo Estado à Máquina Mercante” (No livro “Dialética da Colonização Brasileira”,1992.), de A. Bosi, e “Um Nome por Fazer” (de “A Sátira e o Engenho”, 1989.), do professor Hansen, textos estes que contém os argumentos aos quais Haroldo de Campos se contrapõe no referido artigo.
Os pontos abordados e mais discutidos nos textos são: a originalidade da obra de Gregório de Matos, o que inclui autoria e inventividade; o caráter de sua obra, se conservador, reacionário, ou se trasngressor, reformista e libertário; e ainda a atualidade das questões abordadas nos textos.
A forma como os textos dialogam entre si, embora cada um a seu próprio estilo, é bastante evidente em todos eles, mas o artigo “Original e Revolucionário é o mais explícito, pois o estilo argumentativo de seu autor consiste justamente em expor os pontos abordados pelos demais críticos em seus respectivos