Suícidio e gabriel tarde
Tentar o suicídio pode ser encarado sob dois prismas: o primeiro deles é a cobardia e o outro a coragem. Coragem porque para colocar termo à vida é preciso muita dose dessa força, e cobardia porque se fogem dos problemas em busca de uma saída fácil e que não implique grandes responsabilidades no futuro. É sobre os factores que podem levar alguém a suicidar-se que trata este estudo sociológico.
O suicídio implica um vasto conjunto de factores e causas. Os motivos que levam uma pessoa ao suicídio podem ser diversos, uns mais cruéis que outros, mas todos eles são o reflexo de um grave problema psicológico que foi, ou não, detectado anteriormente a esse ocorrido. Ainda assim, o suicídio é sempre um forte sinónimo de que algo corria deveras mal na existência da pessoa.
Émile Durkheim analisa neste livro o fenómeno do suicídio como algo encarado do ponto de vista individual e também colectivo. O próprio social, segundo o autor, parece ter aqui uma importância extrema para o desencadear desta situação. Mas, será o suicídio apenas aquilo que se entende como tal? Não pode o ser humano suicidar apenas uma parte dele e continuar a viver?
O social, enquanto máquina despoletadora do suicídio, pode conduzir a um processo de imitação ao qual é difícil colocar-se um entrave. Na época em que Durkheim escreveu o livro os suicídios de católicos eram menos habituais do que os de protestantes, e os de homens casados menos frequentes que os dos celibatários. Assim, há a tendência para se seguir uma determinada linha padrão em prol de uma forma de vida.
É neste âmbito que Durkheim encontra o social como um forte estímulo para o suicídio, consoante as raízes, tradições, crenças, valores, e grupos nos quais o ser humano está inserido. Mais do que um fenómeno isolado e solitário, o suicídio é aqui encarado como algo social e colectivo, embora o autor faça também