Sustentabilidade
Tecido feito com sobras de abacaxi é nova alternativa para a moda sustentável
Durante a colheita do abacaxi, o fruto é aproveitado enquanto caule e folhas são deixados de lado. Um grande desperdício, segundo a designer espanhola Carmen Hijosa, que encontrou uma maneira de reaproveitar melhor os restos da planta.
Carmen teve a ideia enquanto trabalhava na indústria do couro, como consultora no Centro de Desenvolvimento e Design das Filipinas, após ter visto as terríveis consequências que a indústria teve para trabalhadores do ramo e para o meio ambiente.
Após anos de pesquisa e desenvolvimento, Hijosa fundou a empresa Ananas Anam e patenteou sua invenção, o Piñatex.
Procedimento
As folhas que ficaram para trás após a colheita passam por um processo de descasque, que acontece na própria plantação, por parte da comunidade local. O subproduto do descasque pode ser usado como biogás ou fertilizante.
Na sequência, as fibras das cascas de abacaxi passam por um processo industrial que as transforma em um tecido não urdido (não enredado ou disposto como tecidos tradicionais). Ele fica com uma aparência bastante similar à da fibra piña, muito utilizada por filipinos para fabricar o Barong Tagalog, uma vestimenta formal da cultura local.
Alternativa ecológica
A ideia é encaixar o Piñatex nesse espaço vazio. Ela não vê seu produto como uma substituição do couro sintético ou animal, mas como uma alternativa com uma forte base ecológica, já que a criação de gado é uma atividade nada sustentável.
O novo tecido de abacaxi pode ter diferentes usos, como sapatos, bolsas, poltronas e até sofás, além de poder ser usado no interior de carros e aeronaves. O tecido é sustentável e, por ser feito a partir de restos da colheita, não é necessário água, terra, pesticidas ou fertilizantes a mais para sua produção. Um dos problemas ambientais encontrados foi a biomassa resultante do processo de descasque.
No entanto, como já foi dito,