Sustentabilidade
Fernando Rodrigues MarquesJulho/2012
Resumo
A exploração de combustíveis fósseis, principais responsáveis pela elevação de gases de efeito estufa, torna-se aparentemente incompatível com uma economia de baixo carbono. Esta ideia implica uma homogeneização equivocada dos combustíveis fósseis. Mas o gás natural é muitas vezes menos poluente que o petróleo e o carvão, e pode ser considerado um combustível fóssil limpo. O Brasil está em uma posição favorecida com relação à oferta de gás natural, face às recentes descobertas na área do pré-sal, o que pode conduzir o país a uma posição relevante no mercado internacional. As características técnicas do gás natural – elevado poder calorífico, alto rendimento energético e baixo nível de emissões de poluentes – ampliam suas possibilidades como substituto de outras fontes de energia de origem fóssil e garantem um papel relevante na transição para uma economia brasileira de baixo carbono. Por isso, ele deve ser visto como um instrumento de convergência entre geração de energia e crescimento econômico sustentável.
Palavras-chave: gás natural, Mercado internacional, baixa emissão de poluentes, pré-sal.
INTRODUÇÃO
O combate ao aquecimento global, provocado principalmente pelo aumento das emissões de gases de efeito estufa (GEE), leva o mundo a orientar-se para uma economia de baixo carbono. As fontes de energia primária fóssil, como carvão, petróleo e gás natural representam hoje cerca de 80% da matriz energética mundial, sendo de 68% a participação projetada para 2030 (IEA, 2010). Apesar da preocupação crescente com as mudanças climáticas, infere-se que o consumo de combustíveis fósseis não será alterado bruscamente no curto prazo, e o mundo continuará por muitos anos a depender e consumir combustíveis fósseis.
Entre os esforços para descarbonizar a economia, vislumbra-se um maior aproveitamento do GN, por este ser muitas vezes menos poluente que os demais