Suspense e amoralidade em plano-sequência: uma análise de A corda
Departamento de Comunicação e Artes
Mestrado em Cinema
Teoria dos cineastas
Professora Patrícia Castello Branco
Suspense e amoralidade em plano-sequência: uma análise de A corda
Marina Cardozo
Covilhã, Janeiro de 2013
Índice
1. Introdução
2. A corda
2.1. Género
2.2. Temáticas
2.2.1. Homossexualidade
2.2.2. Super-homem de Nietzsche
2.3. Técnicas
2.3.1. Plano-sequência
2.3.2. Luz e Cores
2.3.3. Cenário
3. Considerações finais
4. Referências bibliográficas
1. Introdução
A corda (Rope) é uma inovação no cinema e uma inovação no cinema de Alfred
Hitchcock. O filme é uma quebra no estilo técnico do cineasta, ao passo que emprega a montagem característica de Hitchcock dentro dos próprios planos. Ao mesmo tempo, o modo como a história é contada diferencia-se da estrutura narrativa comum aos filmes thriller, apesar de tratar de um tema já muito conhecido do género e do director, o crime. A corda é um filme de paradoxos com recursos narrativos poderosos, que vão desde o uso inteligentíssimo do cenário, até temáticas filosóficas. Para entender, porém, a quebra que o filme representa na carreira de Hitchcock, é preciso ter conhecimento do estilo do cineasta.
Um dos mais representativos cineastas da história do cinema, consagrado com o género thriller – e que pode ser chamado facilmente de pai do género – é Alfred
Hitchcock. Hitchcock nasceu no ano de 1899, em Londres. Começou sua relação com o cinema – que viria a durar mais de 50 anos – em 1919, ilustrando legendas para filmes mudos na Famous Players-Lasky studio de Londres. Neste emprego, aprendeu técnicas de roteiro, edição e direcção de arte, e logo se tornou assistente de direcção. Seu primeiro filme foi The pleasure garden, de 1925. Hitchcock começou a trabalhar com seu género predileto, o thriller, ainda no cinema mudo, ao realizar O pensionista (The lodger), em 1926. O pensionista é um marco importante na carreira de Alfred