Sus Net
Para que o SUS saia das leis para a realidade devemos estar todos lutando para vencer algumas batalhas que serão, se não vencidas, os verdadeiros empecilhos na concretização do SUS.
5.2. O modelo assistencial
Tem que haver uma grande discussão envolvendo a sociedade, os profissionais de saúde e os administradores dos serviços de saúde sobre o modelo assistencial que estamos praticando.
Toda vez que se levanta esta questão os patrulheiros de plantão se enchem de uma santa indignação e bradam que isto é defender uma medicina de pobre para pobre e de rico para rico. Isto é nivelar por baixo. Nada melhor para arrefecer os ânimos que buscar subsídios em dados concretos. A medicina cujo modelo teimamos em imitar, a norte-americana, tem gasto 3.250 dólares "per capita" só em saúde (quase o dobro de nosso PIB "per capita"...) e ainda deixa sem assistência 40 milhões de norte-americanos. Nem de longe, no computo mundial, figura ele como o melhor tipo de assistência. Há países do mundo fazendo melhor medicina e gastando a metade destes recursos "per capita", como o Canadá. E nós? Podemos colocar os pés no chão e ver o modelo que nos é possível enquanto tivermos pouco mais de 2000 dólares "per capita" para cuidar de todas as nossas necessidades: alimentação, transporte, habitação, educação, vestuário, cultura, lazer, etc., etc.?
Teimaremos ainda por muito tempo em lutar contra um modelo: hospitalocêntrico, medicamentalizado, baseado em especialistas e equipamentos sofisticados (alguns deles proibidos ou fora de uso em seus países de origem)? Corremos o risco de não discutirmos isto urgentemente com nossos concidadãos e cristalizarmos, aí sim, uma medicina para pobres e outra para ricos, esta financiada por cidadãos de segunda categoria!...
O modelo que defendemos é aquele que se mostre mais resolutivo e que seja social e tecnicamente aceito pela sociedade e que possa ser sustentado pela nossa economia. Sem estes três componentes