Surveiller et punir: naissance de la prison
Nos dois primeiros capítulos, O corpo dos condenados e A ostentação dos suplícios, o autor descreve de forma clara e direta a execução de Damiens em 2 de março de 1757; brutal e desumana (comparado aos meios atuais). Logo em seguida nos apresenta um código francês positivado apenas três séculos após o caso anterior, o qual era voltado para jovens detentos, e focava em utilizar o tempo livre do agente de maneira útil; por meio de trabalhos. Esse contraste é utilizado por Focault para enfatizar o fim das repressões físicas, de suplício¹, onde o sofrimento físico e a confissão eram o objetivo da punição, para o início de um novo tipo de sistema punitivo.
Foi a partir do século XIX que teve-se o surgimento dos primeiros princípios de "reeducação", o que nos dias de hoje (no Brasil), é conhecido como "resocialização do preso". O autor cita também a progressão do "sistema prisional" em diversas formas, a punição a alma, à vontade, com meios de privação; de comida, sexual, e outros. Para Focault a prisão em todas as épocas usou da força, de coação e medidas que busquem o 'sofrimento' (relação ao sofrimento físico utilizado nas repressões violentas ao corpo), mesmo que de maneiras adversas, buscando sempre o arrependimento do agente, e também trazendo 'medo' (relação as execuções em praças públicas e outras) a sociedade, com objetivo de que esses atos não venham a se repetir. Passa-se também pelo processo de