Surgimento do BRICS

Em 2001 surgiu o acrônimo BRICS, sigla formada pelas iniciais de cinco países que despertavam admiração no mundo pela vitalidade de suas economias – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – e que hoje representam 19% do PIB global. Nesses dez anos, o conjunto de suas economias cresceu de 3 trilhões de dólares para 13 trilhões de dólares. Esses 10 trilhões a mais correspondem em nossos dias a seis economias da Grã-Bretanha no ano 2001. Ainda desde a criação do BRICS, a China, a principal do bloco, vem crescendo em uma média de 7% ano, chegou ao posto de segunda economia do mundo; superou o Japão e é o dobro da economia alemã, o mais rico e mais poderoso país da Europa Ocidental. O Brasil, embora crescendo a taxas relativamente baixas, ultrapassou a Itália e a Inglaterra, e é hoje a sexta economia mundial. Nas duas últimas décadas o peso econômico dos países integrantes dos BRICS aumentou de 5,6% para 21,3, o que é um número não desprezível. Projeta-se para a próxima década em 3% a expansão da economia mundial, mas o crescimento dos BRICS está estimado em 7%. Em 2015 esse conjunto de países poderá ser responsável por cerca de um quarto do PIB mundial.
A China já é a principal parceira comercial e as negociações em curso prometem elevar o fluxo comercial entre o Brasil e a Rússia para 10 bilhões de dólares, já neste ano. Os cinco países do BRICS representam 20% do PIB mundial e cada um exerce papel de forte liderança em seus respectivos continentes. Não são números irrelevantes e resistem com o descrédito e o ceticismo da opinião conservadora que acompanha com restrições as possibilidades de expansão econômica. Em um mundo caracterizado pelas mais profundas assimetrias de poder, a política de blocos é um imperativo de sobrevivência daquelas economias mais frágeis que encontram sua superação na negociação coletiva.

A crise de produção de petróleo, a crise da produção de alimentos, a fome, a miséria, a degradação