Suplemento à viagem de Cook e Histeria
RESUMO: O presente artigo visa resgatar a história ocorrida em meados de 1775 nas ilhas havaianas, com a chegada dos navios do capitão Cook dando um olhar em especial para o comportamento sexual deste povo no tempo cronológico. O apetite sexual nesta cultura era inegável. Os havaianos entendiam a chegada do capitão Cook como sendo a chegada do Deus Lono (o deus da reprodução cósmica) e as havaianas ofereciam-se por acreditar neste deus. Vale salientar que as informações aqui contidas foram fornecidas através de seu diário de bordo. Em contrapartida, faz-se um comparativo de como dava-se esse olhar pra sexualidade em 1905, com estudos de Freud e Breuer, visando fazer um comparativo da sociedade num geral, com a cultura havaiana em especial e os dias atuais.
1. Cultura havaiana: a viagem de Cook
Em dezembro de 1778, os navios Resolution e Discovery lançaram-se rumo ao Hawai. Neste dia o capitão Cook cedeu ás mulheres havaianas o direito de serem amadas, um direito que elas vinham exigindo desde janeiro do mesmo ano, quando os britânicos ancoravam pela primeira vez em Kaua'i, descobrindo as ilhas Sandwich. O capitão Cook proíbe relações sexuais com as mulheres do lugar temendo o “mal venéreo”1, o que soa com uma certa inutilidade, como registram as páginas do diário de bordo. Muitos havaianos recorreram aos médicos do navio em grande aflição, eles tinham um clap e seus pênis estavam muito inchados e inflamados. Espantados por tal proliferação da doença, muitos dentre o pessoal de Cook recusavam-se acreditar que tivessem sido eles os autores, como fora alegado pelos havaianos. De acordo com relatos de alguns cronistas, o convite era implícito e seus gestos eram inconfundíveis:
elas usavam de todos seus artifícios para atrair os nossos para dentro de suas casas, e vendo que não cederiam as suas lisonjas, procuravam forçá-los, sendo tão inconvenientes que não aceitavam qualquer negativa, - David Sawwell, assistênte do