super size
Morgan Spurlock, por exemplo, tipo atlético e saudável, mora com a namorada vegetariana. Aos 33 anos, ele difere do perfil rotundo e adiposo da classe média dos Estados Unidos, também, por ser um nova-iorquino esclarecido. Tem tudo para fazer de Super size me - a dieta do palhaço (Super size me, 2004) - o documentário de estréia que protagoniza e dirige - um libelo irresistível contra o sedentarismo e a má alimentação. Ninguém indicaria a maior rede de comida industrializada do mundo como sinônimo de saúde, não é verdade? Spurlock entra com o jogo ganho.
Ele começa discursando contra o vício do colesterol, contra a progressiva engorda da população, escolhe justamente adolescentes obesos para entrevistar, exibe pinturas sinistras com o palhaço Ronald, faz piada com a propaganda dos fast-foods, cobre tudo com uma trilha sonora escolhida com esmero. E se oferece, em tom de zombaria, como cobaia de uma experiência: durante trinta dias, comerá no café, no almoço e no jantar apenas produtos do McDonalds.
E há uma cena específica, logo no começo do filme, que resume e reforça "muito tudo isso".
É a sequência mais importante, mais emblemática do filme. Segundo uma das suas regras, quando lhe oferecem o maior de todos os tamanhos, o Super size, com mais de um litro de refrigerante e 500g de batatas, Spurlock não pode recusar. Ele está no carro, pronto para o primeiro combinado sanduíche-refri-fritas extra grande da sua epopéia. Primeiro ele brinca com o quarteirão duplo com queijo. Depois de quinze minutos, mostra que