Sullivan

A autobiografia de Sullivan é realmente a de uma Ideia, não de si próprio. O livro, além de descrever toda a sua infância extensivamente, dá-nos uma visão geral curta da sua carreira na fase já madura da sua vida – incluída aqui quase como nota de rodapé, de forma a se notar as dificuldades que teve em trazer a Ideia à existência. Esta Ideia, que a «forma segue a função», tinha como objetivo revolucionar a arquitetura.

Como podemos ver na obra de Sullivan, de forma alguma a sua intenção passava por mecanismos simples na aproximação da forma - aproximação feita pela “rapaziada das caixas de vidro”, que o precederam. A intenção dele era muito mais rica. Tinha uma concepção muito mais orgânica.

Sullivan escreve esta autobiografia na 3ªpessoa com o herói da história sendo ele próprio, ou melhor, com o herói assumindo o papel de “Louis”. O jovem Louis é representado e descrito por Sullivan com toda a intensidade, todo o fulgor, enquanto ele explora e tenta elucidar a ideia que passava por informar o trabalho produzido ao longo da vida.

São-nos descritas as dificuldades que ele foi tendo a formular a ideia e mais tarde a sua eventual execução da Ideia nos seus edifícios (com Sullivan, a Ideia está sempre escrita com maiúscula).
De certa forma é seguro dizer que ele via a formulação e aplicação da Ideia como o maior feito da sua vida.

Uma das características que se destacam no jovem Louis é o seu poder de observação, gostava de observar todos os detalhes e gostava da descoberta. Cada vez que ele descobria algo novo, um dos sentimentos surgentes era o de domínio, de orgulho, de mestria.

Ele mostra-se altamente impressionável pelo “esplendor da natureza”, a natureza que é um elemento constante durante todo o livro. Algo que mais tarde se iria refletir também na sua arquitetura, assim como seria fonte de inspiração na formulação de um conceito seu, que mais tarde iria servir de base para inúmeros arquitetos.

Ao longo da narrativa é-nos