Sujeito politico
Alexandre Aragão
O que significa dizer que o homem é um sujeito político?
Significa que ele pode interferir na história, através de sua ação ao nível político, isto é, definindo a orientação da sociedade da qual é integrante, participando – direta ou indiretamente - nas decisões essenciais relativas à vida e à morte dos membros desta sociedade. Portanto, é uma atividade lúcida, reflexiva e deliberativa, no dizer de Castoriadis (1992), cujo objetivo é a instituição de uma sociedade autônoma, permitindo formar projetos coletivos para empreendimentos coletivos.
Esse aparecimento do sujeito político se dá de forma evidente em Atenas, na Grécia do século V a.C. O cidadão [naquela época estavam excluídos os escravos, os imigrantes, as mulheres e crianças], membro da polis grega, utilizava a sua liberdade para tomar parte ativa da vida da comunidade. Todos eles se reuniam num espaço público, com o mesmo direito à palavra, a falar e a escutar.
Segundo Arendt (2003), a rigor a polis não é o aspecto físico da cidade-estado, mas é a organização da comunidade que resulta do agir e falar em conjunto, “seu verdadeiro espaço situa-se entre as pessoas que vivem juntas com tal propósito, não importa onde estejam” (p.211).
Portanto, a fundação de cidades que, como as cidades-estados, converteram-se em paradigmas para toda organização política ocidental, foi na verdade a condição prévia material mais importante do poder. Conforme Arendt, o único fator material indispensável para a geração do poder é a convivência entre os homens.
Jacqueline de Romilly (Oliveira, 2003) interpreta a emergência da polis na Grécia Clássica como uma vitória da liberdade sobre o destino. A lei passa a ocupar na cidade o lugar do tirano, assegurando aos cidadãos igualdade e equidade de tal forma que a vida coletiva passa a ser ordenada a partir de uma constituição que submete o agir dos indivíduos e suas instituições à norma da justiça.
Portanto, como anota