Suicídio
Bom, errado. É uma quinta-feira de manhã, às 6:48. Sua mãe bate na porta. Silêncio. Você não pode ouvi-la. Ela bate mais algumas vezes, chama seu nome, e abre a porta. Um grito. Seu pai corre, assustado e aterrorizado. Você não pode ver o desespero nos olhos deles. Sua mãe pega toda sua energia, que é perto de nada, e vai até sua cama. Ela se inclina sobre seu corpo frio, chorando e acariciando seu rosto. Ela se culpa. Se culpa por todas as vezes que te disse “não”, todas as vezes que gritou com você e te pôs de castigo por algo estúpido. Seu pai se culpa por passar tanto tempo trabalhando e não ter tempo pra você. Ninguém se importa, certo?
Seus irmãos se juntam aos seus pais. Sua irmã mais nova pensa em todas as vezes que implicou com você e disse que te odiava. Apesar de tudo, ela te amava e via em você seu herói. Seu irmão, o garoto que nunca chorava, pensa nas vezes que te bateu por besteira, e lágrimas molham seu rosto. Ele vai pro seu quarto, bravo, se perguntando se foi ele quem causou sua morte. Ele não sabe lidar com isso. Ninguém sabe. Mas ninguém se importa, certo?
8:54. O diretor do seu colégio entra na sua sala, com uma expressão terrível no rosto. Ele fala algo com a professora, seus colegas estão preocupados. Depois, ele anuncia seu suicídio. Os colegas que sempre zombavam de você se sentem culpados. Seu melhor amigo se sente culpado por não ter percebido que você estava mal e precisava de ajuda. O