Sua mae e minha boy
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São Paulo
- Nos anos 80, o empresariado brasileiro começou a entender o seu papel social.
Sergio Amoroso
O desenvolvimento de uma nação não depende somente de mudanças e avanços na área econômica, mas de um reequilíbrio dos desafios sociais e de distribuição de renda causados por este próprio crescimento. Em decorrência disso, no Brasil, as últimas décadas vêm sendo marcadas por uma aceleração de ações sociais e intensificação de discussões em várias esferas da sociedade sobre terceiro setor e responsabilidade social.
Antes de discutir o papel da "responsabilidade social empresarial" neste novo cenário brasileiro, é importante relembrar um pouco da nossa história. O Brasil sofreu quase 30 anos de ditadura, o que feriu os nossos direitos de cidadania de maneira atroz. No entanto, mesmo superada esta fase, outros fatores da nossa estrutura social continuam ferindo os direitos do cidadão. Entre eles, a injusta distribuição de renda, terríveis desigualdades sociais, assustadores índices de analfabetismo, um deficiente sistema de saúde, para mencionar alguns.
A partir dos anos 80, no período de transição democrática, diversos grupos de defesa de minorias explodiram pelos quatro cantos do país. Nascia bem devagarzinho, um conjunto de iniciativas privadas de caráter público, sem fins lucrativos, sem discurso partidário, conhecido como "terceiro setor".
Enquanto o "terceiro setor" engatinhava, o Estado arrastava-se entre problemas econômicos e o empresariado começava a entender seu papel social. Era o início de uma política de responsabilidade social dentro das empresas. O 2º Setor tornava-se, então, parceiro e co-responsável pelo desenvolvimento social com projetos em diversas áreas: educação e cultura, saúde e prevenção, promoção social e capacitação, ecologia e preservação, etc.
Na década seguinte, tornou-se óbvio o que sempre fora evidente: nenhum