Stress e doenças cardiovasculares

RESUMO
Um indivíduo sente-se em stress quando considera que não tem aptidões nem recursos (pessoais ou sociais) para superar o grau de exigência que uma dada circunstância lhe cria e que é considerada importante para si. Devido a este facto desenvolve a percepção de não ter controlo sobre essa circunstância (A. Vaz Serra, 2001). A percepção de não ter controlo sobre dada situação pode ser real (o indivíduo não tem, de facto, capacidade para ultrapassar as dificuldades que encontra) ou corresponder apenas a uma crença (o indivíduo tem aptidões e recursos suficientes, mas acredita que não lhe permitem superar com êxito o confronto com a situação). As situações que mais stress induzem são aquelas que são sentidas como aversivas e em relação às quais o indivíduo sente que são incontroláveis (não as pode resolver) ou impredictíveis (não sabe quando aparecem e, por isso, não lhes pode escapar). O stress é indissociável da vida do ser humano. Quando surge determina respostas de natureza cognitiva, emocional, biológica e do comportamento observável. Quando é intenso e/ou prolongado tem consequências prejudiciais no ser humano, tanto a nível físico como psíquico. A nível psíquico pode determinar transtornos psicopatológicos. A nível físico diminui a resistência do sistema imunitário e interfere com o funcionamento dos órgãos de diversos aparelhos, sendo o cardiovascular um dos mais afectados.
No presente artigo são referidas as razões da importância do stress em relação às doenças cardiovasculares, sendo igualmente expostos os mecanismos explicativos.

Stress e Doenças Cardiovasculares
Este tema vai ser tratado abordando os seguintes pontos:
– O que é uma doença cardiovascular?
– Consequências biológicas do stress que têm importância para as doenças cardiovasculares.
– Provas da relação entre stress e doenças cardiovasculares.
– Factores predisponentes.
– Resumo dos mecanismos explicativos.
Efectuados estes propósitos passemos a considerar