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DAS MULHERES NO BRASIL
Tânia Maria Gomes da Silva
É fato conhecido que a história, escrita fundamentalmente pelos homens, durante muitos anos optou em excluir as mulheres dos relatos historiográficos. Este texto discute a inserção do sujeito feminino na historiografia brasileira, a partir de diversas contribuições: o movimento feminista, os novos paradigmas científicos e a contribuição dos Annales, que permitiram um alargamento das abordagens e dos métodos utilizados para as pesquisas envolvendo as mulheres.
Escrever a história das mulheres não é uma tarefa fácil. Invisível durante séculos, somente nos anos 1980 o tema finalmente emergiu como um campo definido de pesquisa para os historiadores. Desde então, um número significativo de publicações vem revelando o fortalecimento expressivo desse interesse, como atesta o crescimento de livros, artigos em revistas especializadas, teses, dissertações e simpósios temáticos versando sobre o tema.
Para Diane Elam (1997), após séculos de história ocidental, estritamente uma narrativa sobre o “grande homem”, os historiadores gradualmente voltaram atenção para o problema da representação da mulher. O que significa escrever uma história das mulheres? Como seria ela? Primeiro de tudo, a história se tornou o local onde o feminismo pôde alterar a exclusiva universalidade do homem como sujeito. Fez emergir, assim, um conhecimento sobre as mulheres que questiona o papel central que os homens tradicionalmente têm ocupado nas narrativas históricas.
Escrita fundamentalmente por homens, a narrativa histórica se absteve de incorporar às suas preocupações o sujeito feminino. Este silêncio não foi uma prerrogativa da historiografia brasileira ou latino-americana, mas atitude constante inclusive em países como Estados Unidos e França, onde a busca pelos direitos da mulher e o reconhecimento da condição feminina se deu mais cedo do que entre nós.
Um ponto importante a ser discutido é: quando as