Sou novo
| Postado Por : bibliaco
Categorias : Historias
Um dos temas mais espinhosos da filosofia religiosa, e que é determinante da diferença essencial de entendimento do protestantismo e do catolicismo quanto a estes importantes aspectos, é o das doutrinas da graça e do mérito, que são ligadas umbilicalmente entre si, uma acarretando a outra. Tais doutrinas se fundamentam, lá atras no tempo, e respectivamente, nas escolas de pensamento platônica e aristotélica, que são de quatro séculos antes de Cristo, passando pelo crivo, já no século IV DC, de Agostinho de Hipona e, oito séculos após este, pela pena de Tomás de Aquino, os dois mais importantes pensadores da Igreja Católica.
Agostinho vale-se da teoria das formas de Platão, que postula a total separação entre o mundo espiritual (ou das ideias), do mundo material (ou dos sentidos) – dai a denominação, por Agostinho, de A Cidade de Deus para um de seus livros doutrinários mais importantes, em contraposição a cidade dos homens – doutrina agostiniana que tanta influência teve nos principais formuladores protestantes, Lutero e Calvino, eles próprios monges agostinianos antes do cisma que ajudaram a provocar.
Já Tomas de Aquino, para quem Aristóteles – discípulo de Platão, mas que desenvolveu idéias próprias, separando-se das idéias do mestre – era Filosofo com F maiúsculo, sugeria uma mesmo que tênue possibilidade da mente humana alcançar uma mesmo que mínima compreensão da mente divina, ou seja, da Verdade Eterna, ideia anátema para a Reforma e ao próprio Agostinho.
Assim, se Aquino sugere para o ser humano o caminho da santidade, e não se trata de nenhuma coincidência o surgimento paralelo, no tempo, das principais ordens religiosas católicas, a dominicana e a franciscana, via a ideia de perfectibilidade humana embutida em sua teoria, Agostinho, Lutero e Calvino, especialmente estes últimos, cujas doutrinas precisaram ser