Sonhos Tropicais (2001)

O filme Sonhos Tropicais (2002) de André Sturm, retrata o cenário do Rio de Janeiro nos anos de 1899. Abrindo espaço para diversas discussões acerca de temas como o jogo do bicho (muito popular no período), novas relações de trabalho como mulheres negras no serviço doméstico no pós-abolição, na presença da moda francesa (às classes mais elevadas), os problemas com os cortiços as políticas e ideologias higienistas, na pobreza como saúde pública, o hábitos dos “pobres” eram recriminados pelos médicos e higienistas. O crescimento populacional desorganizado e desenfreado do pós-abolição que fora estimulado pelo governo para aumentar a mão-de-obra no trabalho e viabilizar a miscigenação de brasileiros com europeus sob a teoria de “embranquecimento” e limpeza étnica embasadas no darwinismo social. A prostituição e as doenças sexualmente transmissíveis também é um dos pontos muito presentes no filme, a capoeiragem é representada de forma direta somente uma vez, mostrando a ideia dos negros que “insistiam na capoeiragem”. As reunião em praça pública ou nas portas das fábricas por líderes sindicais instigando o proletário à greve.
Em principal o governo de Rodrigues Alves com a vacinação obrigatória em combate a varíola, a insalubridade urbana e a modernização e “embelezamento da cidade” realizado por Pereira Passos, são pilares essenciais para a representação do contexto em questão.
A menção a Teixeira Mendes, líder positivista no embate contra as oligarquias cafeeiras, mostra-se sob os argumentos pertinentes a historiografia defendida por José Murilo de Carvalho que considera a República mais agressiva que a Monarquia.
Assim durante o decorrer do filme, a teoria de José Murilo se reforça sob a ideia de que “Os republicanos não conseguiam a adesão da população mais pobre, sobretudo dos negros.” e que “morrem muito mais na cova da República”, “esse governo tem uma tradição de violência contra o povo.”
No decorrer do filme, nota-se em uma das falas o medo dos