1900 8468 1 PB
ELEFANTÍASE
EM ÁREA DE FILARIOSE BANCROFTIANA:
O LADO HUMANO DA DOENÇA
Denise Mattos 1 e Gerusa Dreyer 2 e 3
RESUMO
Neste trabalho, a filariose bancroftiana é apresentada com uma visão humanizadora, tendo como ponto de partida os sentimentos manifestados pelas pessoas com elefantíase que procuraram ajuda no Núcleo de Ensino Pesquisa e Assistência em Filariose (NEPAF-CCS/UFPE). Há um enfoque particular nas devastadoras repercussões psicossociais resultantes das características físicas e emocionais de seus portadores. A abordagem holística profissional é sugerida como um caminho para melhor entender a doença, por incorporar as múltiplas facetas da realidade humana para o enriquecimento do conhecimento científico. A recuperação do exercício da cidadania e da dignidade humana é vista como uma poderosa estratégia para acabar com o preconceito e estimular a ação social responsável. O sinergismo que é criado quando pacientes conseguem compartilhar suas experiências nas reuniões do Clube da Esperança pode possibilitar a multiplicação do conhecimento em progressão geométrica. Os Clubes da Esperança são um poderoso instrumento para gerar ações dirigidas à inclusão social das pessoas com elefantíase.
DESCRITORES: Elefantíase. Filariose. Qualidade de vida. Clube da Esperança.
Inclusão social.
INTRODUÇÃO
A filariose bancroftiana é uma doença exclusiva do ser humano, causada pelo verme Wuchereria bancrofti e transmitida pelo mosquito fêmea Culex quinquefasciatus, principal vetor do parasito. As áreas endêmicas são de clima
1 Assistente Social, Núcleo de Ensino, Pesquisa e Assistência em Filariose (NEPAF), Hospital das
Clínicas, Universidade Federal de Pernambuco.
2 Médica, PhD, Núcleo de Ensino, Pesquisa e Assistência em Filariose (NEPAF), Hospital das
Clínicas, Universidade Federal de Pernambuco.
3 Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães, FIOCRUZ, Recife-PE.
Endereço para correspondência: Gerusa Dreyer. Organização Não Governamental Amaury Coutinho para Doenças Endêmicas