Sonhando de olhos abertos
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Escolhemos Um Cão Andaluz, um curta-metragem surrealista francês lançado em 1929. Produzido por Luís Buñuel em parceria com o pintor Salvador Dalí, ele chama a atenção por conter imagens resultantes de sonhos e que não têm relação nenhuma entre si, fazendo com que o filme seja desprovido de sentido racional. Alguns elementos de Um Cão Andaluz só são possíveis de entender pelo viés da psicanálise, já que os sonhos são consequência do subconsciente humano. Ou seja, para um espectador sem esses conhecimentos, o filme não tem nexo algum. As imagens são cenas que impressionam, como um olho sendo cortado por uma lâmina, um jovem mexendo em uma mão cortada, mãos cheias de formigas e pessoas enterradas na areia. O desejo de Buñuel era exatamente esse: chocar o público com imagens sem relação entre si e ao final representar o nada, uma proposta típica do movimento surrealista. Como vocês já devem saber, o surrealismo foi um movimento artístico que fez parte das vanguardas europeias e que levava em si, algumas características dadaístas. Tendo Dalí e Buñel como produtores, o curta contou com as principais personalidades desse movimento.
Logicamente, devido a época em que foi produzido, o filme é mudo e em preto e branco, mas a trilha sonora não deixa a desejar: conta com trechos de óperas de Richard Wagner e tangos argentinos, que deixam o curta-metragem ainda mais peculiar. Apesar de causar estranhamento, o filme é reconhecido até hoje, e mesmo que pareça, à primeira vista, louco, era característico do movimento surrealista da época. Um Cão Andaluz sai do convencional, quebra os clichês hollywoodianos, choca o publico. Seu sentido pode encontrar-se na falta de sentido dos sonhos, como cada humano já teve. Sem dúvidas, esse curta é um must para os amantes da arte e literatura moderna. Luís Buñel quebrou paradigmas do cinema da época, criando um filme diferente do que qualquer um já teria visto. Afinal, quem nunca teve um sonho louco?