- Ok, amor, então de agora em diante nós temos um relacionamento aberto. - Ok, combinado. Fechado! - Tá. … - Mas como vai ser? - Como vai ser o que, André? - Isso, de relacionamento aberto e tal, a gente tem que acertar os detalhes. - Que detalhes? A gente não tá comprando uma multinacional, não tem que “acertar detalhes”. - Claro que tem! Quer ver um exemplo? Quando a gente ficar com alguém, tem que contar pro outro? - Sei lá, pode contar, pode não contar. Tanto faz. - Mas se mentir não é relacionamento aberto, é traição. - Então tem que contar. - E você não vai ficar puta se um dia eu me atrasar para o jantar porque to comendo a minha secretaria? - Você tá comendo a sua secretaria, André? - Ainda não, mas agora vou comer. … - Viu, você já tá puta e eu nem comi ninguém ainda! - Eu não tô puta, você que tá me irritando. - Não tô irritando, é sério! Imagina você não poder levar o Rex para passear porque tá com o joelho ralado de dar pro seu personal trainer dentro do Fiat Uno 92 dele?! - Ué, pode acontecer! É um relacionamento aberto, agora, você não queria assim? E o carro dele é uma SpaceFox, o banco de trás abaixa todo. … - Que foi? Agora você que ficou putinho? - Não tô putinho, tô tentando organizar isso e você fica de deboche. - Claro, você tá aí cheio de regras! Parece que vai escrever a Constituição dos Relacionamentos Abertos! - Ok, quer outra prova da necessidade de regras? As pessoas podem saber? - Saber do que? - Dos nossos casos? - Sei lá. - E se uma amiga sua me vir saindo do Motel com alguém? - Que que tem? - Ela vai te contar. E você vai fazer o que? Vai fingir que ficou puta ou vai falar “é que agora nós temos um relacionamento aberto” - Vou falar a verdade. - Ah, é? E se for a sua mãe? A sua irmã? - Ah, sei lá, André, a gente tem um relacionamento aberto faz dois minutos e eu já tô quase desistindo! - Ué, mas tem que ter regras! Não é bagunça! - Pelo contrário, a ideia é exatamente ser bagunça. Se não fosse bagunça teríamos continuado num