sonetos
Para cantar de amor tenros cuidados,
Tomo entre vós, ó montes, o
[instrumento;
Ouvi pois o meu fúnebre lamento;
Se é, que de compaixão sois
[animados:
Já vós vistes, que aos ecos magoados
Do trácio Orfeu parava o mesmo
[vento;
Da lira de Anfião ao doce acento
Se viram os rochedos abalados.
Bem sei, que de outros gênios o
[Destino,
Para cingir de Apolo a verde rama,
Lhes influiu na lira estro divino:
O canto, pois, que a minha voz
[derrama,
Porque ao menos o entoa um
[peregrino,
Se faz digno entre vós também de
[fama.
[7/1 14:42] Emilly Nascimento✨: Canto II
Leia a posteridade, ó pátrio Rio,
Em meus versos teu nome celebrado;
Por que vejas uma hora despertado
O sono vil do esquecimento frio:
Não vês nas tuas margens o sombrio,
Fresco assento de um álamo copado;
Não vês ninfa cantar, pastar o gado
Na tarde clara do calmoso estio.
Turvo banhando as pálidas areias
Nas porções do riquíssimo tesouro
O vasto campo da ambição recreias.
Que de seus raios o planeta louro
Enriquecendo o influxo em tuas veias,
Quanto em chamas fecunda, brota em
[ouro.
[7/1 14:43] Emilly Nascimento✨: Fábula do Ribeirão do Carmo
SONETO
A vós, canoras ninfas, que no amado
Berço viveis do plácido Mondego,
Que sois da minha lira doce emprego,
Inda quando de vós mais apartado;
A vós do pátrio rio em vão cantado
O sucesso infeliz eu vos entrego;
E a vítima estrangeira, com que chego,
Em seus braços acolha o vosso
[agrado.
Vede a história infeliz, que Amor
[ordena,
Jamais de fauno ou de pastor ouvida,
Jamais cantada na silvestre avena.
[7/1 14:43] Emilly Nascimento✨: Se ela vos desagrada, por sentida,
Sabei, que outra mais feia em minha
[pena
Se vê entre estas serras escondida.
Aonde levantado Gigante, a quem
[tocara,