Somos tão Faroeste
Henrique Romero - Jornalista henriqueromero79@gmail.com Nos últimos dias tive a oportunidade de assistir aos filmes Somos Tão Jovens e Faroeste Caboclo. Para mim, que nasci e cresci em Brasília, foi uma gratificante e emocionante sessão de nostalgia. Não sou contemporâneo de Renato Russo e seus amigos, muito menos de João de Santo Cristo e Maria Lúcia, mas nasci em 1979, vivi minha infância nos anos 80 e minha adolescência nos anos 90, quando tive a oportunidade de ouvir ainda os ecos da revolução iniciada pelo Aborto Elétrico e a Turma da Colina, na virada dos anos 70 pros 80. Passei minha adolescência na Asa Norte e minha turma “ia pra festa de rock, pra se libertar”. Assistir aos dois filmes foi como voltar no tempo e rever os locais tão familiares, que marcaram aqueles anos: a Universidade de Brasília, o Lago Paranoá, as largas avenidas do Plano Piloto e os blocos de apartamentos das Super Quadras.
Ambos são bons filmes, mas meu preferido é Faroeste Caboclo. Enquanto Somos Tão Jovens parece que termina no meio da história, o Faroeste nos enreda com maestria, levando gradativamente a narrativa ao seu clímax e nos surpreendendo em cada cena. Engana-se quem acredita que, por já conhecer a letra da música de Renato Russo, já sabe a história toda do filme. O filme tem roteiro escrito por Victor Atherino e Marcos Bernstein e é dirigido pelo habilidoso René Sampaio, que conduz brilhantemente o seu par romântico João de Santo Cristo e Maria Lúcia, vividos por Fabrício Boliveira e Isis Valverde.
Somos Tão Jovens me lembrou muito Cazuza, O Tempo Não Pára. Pareceu-me que segue a mesma linha, de reviver o artista e retratar fielmente a sua personalidade e o seu ambiente. Valeu muito mais pelas lembranças boas que me trouxe do que pelo enredo, pois não acrescenta grandes novidades a já conhecida história do nascimento do Rock de Brasília, com a formação das bandas Legião Urbana, Capital Inicial, Plebe Rude e Os Paralamas do Sucesso. O ponto