Solidão

Se eu simplesmente pudesse descrever a solidão, eu a descreveria como silêncio. Silêncio que me deixa imóvel diante de tudo. Posso ver o mundo todo em um instante, e nada sentir ao mesmo tempo! Solidão é apenas a ausência de mim para comigo mesmo. Não tenho como descrever o nada que existe em mim. A solidão se aproxima de mim e me deixa apenas observando que o tempo passa, e que daqui a um segundo sou lembrança e mais nada. A dor que invade a alma é gélida e atormenta a alma com mil pensamentos, sou nada mais do que o ruído ausente em mim. Queria gritar para que o mundo inteiro pudesse me ouvir, não quero me calar, mas em mim não existe nada além de silêncio. Silêncio que mata. Palavras ausentes são apenas fragmentos de sentimentos que nunca chegarão. Paz que jamais invadirá a alma. Não posso descrever a solidão senão com silêncio tempestuoso e calma ironia. Sinto em mim por vezes todas as dores do mundo, mas não tenho como gritar, pois, não posso ouvir nada além do meu silêncio, silêncio que enlouquece. Queria parar no tempo e gravar muitas cenas para guardá-las dentro de meu coração para sempre. Quem me dera que o sempre existisse nesse meu mero presente. Ó mais quanta imaginação de minha parte! Talvez eu queira somente não se esquecer dos momentos bons que passei ao lado de pessoas insubstituíveis. Mas não sou dono do tempo, muito menos da minha solidão. Ela é soberana sobre mim, não sei mais viver sem ela. Ao observar a noite posso perceber que ela também é solidão. Solidão calma e serena. O mundo nada mais é do que uma noite de pensamentos. Observo o céu e sinto que se me roubarem o sol, não me importarei, ainda terei as estrelas! Eu sei que o tempo se esvai como sombra. Hoje aqui! Amanha ali e não se sabe mais aonde... O silêncio é uma canção para os aventureiros da solidão. Quantas vezes estive com o mundo inteiro nas mãos! Quantas vezes desejei gritar o mais alto possível para que pudessem me ouvir! Quantas vezes odiei soberanamente todos os que não