solidariedade mecanica e solidariedade organica
A solidariedade mecânica corresponde às sociedades tradicionais, pré-capitalistas. Nelas, os indivíduos se parecem. As culturas tradicionais partilham de crenças e valores comuns, cujos controles e padrões morais são fornecidos pela religião, sendo fundadas no consenso, havendo pouco espaço para a divergência. Nessas culturas, vê-se uma baixa divisão de trabalho, diferente nas sociedades que começam a se industrializar e urbanizar. A harmonia é possível graças à semelhança de valores entre os indivíduos.
A solidariedade orgânica, portanto, é própria da sociedade capitalista. Supõe uma complexidade social maior, em que os indivíduos são diferentes, funda-se sobretudo nas diferenças entre as pessoas, é uma solidariedade por cooperação e envolve o desenvolvimento da divisão social do trabalho.
Se pensarmos no nível macro, acredito que as sociedades tendem a se complexarem cada vez mais, isso devido a própria capacidade do ser humano. Por tanto, uma sociedade com solidariedade mecânica tende, mas não necessariamente, ir rumo a uma sociedade de solidariedade orgânica. Já o contrário, penso que apenas em escala micro, isso quando um grupo (como já ocorre) cansado do modelo de sociedade atual, abandona a cidade e criam comunidades de solidariedade mecânica, como muitos jovens fizeram na década de 70.
Ao se debruçar sobre o estudo da sociedade industrial do século XIX, Émile Durkheim percebeu a importância de se compreender os fatores que explicariam a organização social, isto é, compreender o que garantia a vida em sociedade e uma ligação (maior ou menor) entre os homens. Chegou à conclusão de que os laços que prenderiam os indivíduos uns aos outros nas mais diferentes sociedades seriam dados pela solidariedade social, sem a qual não haveria uma vida social, sendo esta solidariedade do tipo mecânica ou orgânica.
Mas o que seria a