Solidariedade mecânica e orgânica
A principal temática de Durkheim, que é desvendar profundamente através do fato social as questões sociais busca entender como um ajuntamento de indivíduos pode resultar numa sociedade harmônica e equilibrada. Segundo ele, devem-se estabelecer elos entre as pessoas, laços de solidariedade que possibilitem um tipo de união. Assim, essa solidariedade pode dividir-se em duas espécies: a solidariedade mecânica e a solidariedade orgânica e essas duas concepções vêem de forma diferenciada a sociedade.
A primeira é caracterizada por uma semelhança entre os indivíduos, eles pouco se diferenciam uns dos outros. Essa semelhança pode ser explicada pelo fato de que todos os indivíduos sentem as mesmas coisas, tem a mesma idéia de Deus, possuem valores morais parecidos. Na segunda, esse consenso existente entre os indivíduos resulta numa diferenciação. Aqui os indivíduos já não semelhantes e sim diferentes e especiais, mas se unem por terem relações definidas e por isso carregam esta nomenclatura – solidariedade orgânica – por uma comparação feita às funções dos órgãos dos seres vivos.
Esses dois conceitos são faces de uma mesma realidade e, na concepção de Émile, correspondem às formas de organização social. É a partir disso que surge a idéia de divisão do trabalho, não como pensam os economistas e os adeptos do utilitarismo, que defendiam a tese de que quanto maior fosse a produção maior seria o número de necessidades humanas satisfeitas e maior também a felicidade dos homens, mas como que se o homem moderno conhece novos prazeres a cada instante é certo também que esses prazeres são contrabalanceados por novos sofrimentos que não existiam anteriormente.
Ele nega que a divisão do trabalho acarrete, necessariamente, no aumento da felicidade individual, pelo contrário, diz que com o surgimento de novas necessidades e de novos motivos de tristeza pelo insucesso em conseguir satisfazê-las é se deu o aumento do número de