RESUMO EXPLICATIVO Basta um breve olhar sobre o mundo industrial para constarmos a irreversível metamorfose sofrida dia após dia. Danielle Leborgne e Alain Lipietz em Flexibilidade defensiva ou Flexibilidade ofensiva: os desafios das novas tecnologias e da competição mundial nos apresentam alguns dos problemas que as indústrias vêm enfrentando. Segundo os autores, vários países que se viram atingidos pela crise dos antigos modelos como o fordismo, acreditam que a luz no fim do túnel é a “flexibilidade” em todas as dimensões, desde as máquinas ao contrato de trabalho, e até mesmo no regime de acumulação flexível. Explicam que na crise em que cruzam as novas tecnologias e mudança na divisão internacional do trabalho, alguns territórios saem melhor do que outros. Um dos objetivos do texto é apresentar algumas características sociais em relação aos sucessos de uns e ao fracasso de outros, a partir flexibilidade ofensiva e flexibilidade defensiva, que são as duas grandes famílias de políticas que levam a estes resultados divergentes. Visando iniciar a análise, a partir da “teoria da regulação”, os autores apresentam o caso do fordismo, que teve com ponto de difusão os Estados Unidos. Para tal teoria o capitalismo é um sistema naturalmente instável, sujeito a crises cíclicas, mas que consegue se manter através de um aparato regulatório que busca agir de forma anticíclica, sendo assim é uma abordagem crítica ao marxismo ortodoxo. O fordismo, como um regime de acumulação, foi a resposta que surgiu, ao final da Segunda Guerra Mundial, ao “paradigma tecnológico”, de acordo com as formas de produção: mecanização e taylorismo (separação entre os aspectos “intelectuais” e os “manuais”). O fordismo acrescentou ao taylorismo a incorporação do Know-How coletivo. Os países dominados pelo fordismo tornaram-se, por consequência, dominantes. O modo de regulação desta configuração mundial caracterizava-se pela hegemonia política, militar, de paradigma tecnológico e pelo modelo de