soiologia
Gustavo Rodrigues MESQUITA* – gustavormesquita@gmail.com
Noé Freire SANDES** – noefsandes@uol.com.br
Faculdade de História (FH/UFG)
Palavras-chave: Regionalismo; Centralização política; Pacto político; Estado Novo
1. Introdução
A pesquisa visa elucidar o aspecto ambíguo da relação de Gilberto Freyre e seu projeto político com o regime centralizador dirigido pelo Estado Novo. Essa relação ambígua começa a se estabelecer a partir de 1930, quando o intelectual pernambucano segue o auto-exílio rumo a Portugal devido à conjuntura de instabilidade política causada pelo ato de deflagração do movimento revolucionário na cidade do
Recife. Para a consecução do objetivo de conduzir o Estado-nação, os membros do movimento revolucionário posicionaram-se, momentaneamente, contra o poder das oligarquias agrárias estaduais, demolindo o ideário da democracia liberal. Estácio
Coimbra, então presidente de Pernambuco, juntamente com Gilberto Freyre, partiu para o exílio sob pressão.
O regionalismo adquire a propriedade de sistema ideológico apenas quando, em 1933, 36, 37 e 41, Gilberto Freyre publica, respectivamente, “Casa-grande & senzala”, “Sobrados e mucambos”, “Nordeste” e “Região e tradição”, recuperando a memória histórica da formação da sociedade brasileira e privilegiando a linha de continuidade da tradição do patriarcado rural como estrutura que estabiliza a ordem social. O diagnóstico do passado nacional operado por Gilberto Freyre atualiza sua relação com o presente estadonovista, conferindo-lhe a imagem de legítimo cientista social que compreende a necessidade de contemporizar as disparidades regionais existentes no país. Este aspecto sintetiza seu projeto político e constitui o foco das negociações na duração do Estado Novo.
*
Mestrando pelo Programa de Pós-Graduação em História da