Sociologia
Publicado em 2001, Amar se Aprende Amando é uma coletânea, preparada por Ivan Junqueira, de poemas que Carlos Drummond de Andrade, o melhor poeta da Literatura Brasileira, produziu entre as décadas de 60 e 80, momentos finais de sua existência.
Seu organizador seguiu uma tese clara na sua seleção: buscar textos em que o tema não estivesse ligado ao grandioso, ao metafísico, mas ao pequeno, ao cotidiano.
Na opinião do estudioso, a qualidade do fazer poético do vate mineiro seria suficiente para dar seiva valiosíssima aos diversos textos do livro.
De fato, Drummond tem capacidade para tanto; no entanto, há momentos em que, pelo menos na obra em questão, não se obteve tal êxito.
Não se quer dizer que a obra não tenha valor. Pelo contrário, há vários pequenos tesouros que justificam sua leitura. O que mais chama a atenção é o tom prosaico de seus versos.
É como se estivéssemos diante de um cronista tecendo poemas inspirados pelo jornal que diariamente lê.
Dividido em três partes, a segunda, “O Convívio Ideal”, mostra-se a mais fraca. É composta de poemas em homenagem a pessoas do convívio ou da admiração do poeta, como Pedro Nava, Ziraldo ou Alphonsus de Guimaraens.
São, portanto, poesia de circunstância, o que os enfraquece. Quem está de fora do contexto pessoal, como é o caso da maioria dos vestibulandos que se debruça sobre a obra, acaba deslocado, alheio, afastado de boa parte do valor dos textos.
Ainda assim, há instantes em que o espírito do poeta mostra-se o salvador da pátria.
É o caso de “A Kiss, un Baiser, un Bacio”, em que o último termo do título estabelece uma brincadeira com o nome do homenageado, Stefan Baciu. Ou mesmo “Tintim para Luís Martins”, em que se explora a musicalidade da sílaba “tim".
Aliás, aqui e ali encontram-se ousadias no trato com a linguagem, principalmente no emprego de neologismos.
Lógico, são mais fracas se comparadas às realizadas na