Sociologia
Conhecimento popular: aquele difundido de geração em geração, do "boca a boca", não necessita exatamente de experimentação e comprovação. Exemplo: ditados populares.
Conhecimento científico e conhecimento popular
Quando tratam dos diferentes tipos de conhecimento, os manuais de metodologia, ciência ou filosofia geralmente opõem o conhecimento científico às formas de conhecimento popular, numa dicotomia aparentemente insuperável.
Há justificáveis razões para isso, afinal o conhecimento científico ésistemático, factual e aproximadamente exato, enquanto o saber popular é qualificado como subjetivo, assistemático, valorativo e inexato.
A ruptura entre conhecimento popular e científico (ou erudito e popular) em nossa cultura é uma herança da revolução científica no Ocidente, desde Copérnico, passando pelo pensamento inaugurador da modernidade, o Iluminismo. Mesmo na pós-modernidade, quando se relativizam as certezas e a própria noção de verdade, a ciência não perde seu papel central na cultura, atestando o saber que pode ser reconhecido como válido ou legítimo.
No entanto, embora possamos apontar diferenças entre as duas formas de saber, é preciso reconhecer que o primado do científico em detrimento do popular é produto de um auto-centrismo cultural, que invalida todo saber produzido fora dos ambientes legítimos.
Dois exemplos, em dois ambientes diferentes: a sala de aula e o consultório médico. No consultório, frequentemente se percebe o embate entre os saberes populares (trazidos pelo paciente, sobretudo de camadas menos abastadas da sociedade, com suas etiologias e receitas próprias para cura) e científico (materializado pelo médico, detentor de um conhecimento legítimo que o autoriza a diagnosticar e tratar). Na sala de aula, o professor também é detentor de um conhecimento legítimo (domina um código particular, a linguagem