A formação do apego na infância
O comportamento de apego, tal como estabelecido por Bowlby (1984a, 1984b, 1985), consiste em uma resposta desencadeada pela necessidade de sobrevivência da espécie e se estabelece a partir do contato entre mãe e bebê, em torno do sentido de proximidade e segurança.
Como condição para a vida do bebê deve haver um adulto para cuidar e responder a ele - em geral a mãe. O bebê reage a essa atenção com interesse especial, numa troca social que se tinge de forte conteúdo emocional permitindo que se desenvolva o apego com a pessoa que lhe responde com aprovação, gratificação e proteção. Proximidade de contato e especificidade da pessoa - incluindo o reconhecimento e o comportamento diferenciado - são duas condições que fazem parte necessariamente do comportamento de apego.
(Bowlby, idem)
A criança demonstra variações de comportamento já a partir de 28 semanas, apresentando reações diferenciadas dependendo de estar com a mãe ou não, se há pessoas estranhas presentes ou se o ambiente é estranho ou conhecido.
No segundo ano de vida o comportamento de apego é visível à observação e apresenta um conjunto integrado de sistemas comportamentais que é facilmente disparado, principalmente frente a um distanciamento da mãe ou a um estimulo assustador.
Ao longo do segundo e terceiro anos de vida ainda se observa claramente esse comportamento, com a mesma freqüência e intensidade, mesmo considerando que há uma maior capacidade perceptiva da criança e melhor possibilidade de compreensão do mundo externo.
O comportamento de apego com a mãe - cuidadora principal - é mais precoce, mais intenso e mais sistemático, mas é uma resposta que se estabelece também com outros adultos familiares, que se constituem figuras secundárias de apego. Entre 6 e 9 meses há o reconhecimento do pai e a manifestação do comportamento de apego ligada a ele. O pai é também fundamental como figura secundária ou, poderíamos chamar de figura alternativa pois, na