Sociologia
O trabalho a seguir no desenvolvimento, pretende produzir uma reflexão sobre alguns dados concretos sobre a desigualdade racial dos negros brasileiros, grupo da população em quem focalizamos. Entendemos que as diversas e complexas dimensões da desigualdade racial não podem ser reduzidas à desigualdade de classe, embora se articulem com ela.
Salientamos a falta de compromisso e ação das instituições governamentais, no desenvolvimento de soluções para o assunto.
Confira alguns dados que foram colhidos através de artigos científicos de pesquisadores.
Desigualdade Racial no Brasil
Vários estudos mostram o paradoxo de um racismo brasileiro que se destaca pela inexistência de racistas. Um traço recorrente em várias pesquisas aqui analisadas é que, nas entrevistas, as pessoas relatam que o preconceito racial na sociedade existe, mas não o admitem em si mesmos (SILVA, 1998; SCHWARCZ, 2001; FIGUEIREDO; GOSFROGUEL, 2009; CAMINO et. al., 2001; FERREIRA, 2002).
Negado patologicamente, as propostas para a redução de tal iniquidade encontram muitas resistências, sustentando a ideia de que não é preciso fazer nada, pois afinal somos um povo mestiçado e de natureza cordial (CARNEIRO, 2003).
O mito de que vivemos uma democracia racial, já bastante denunciado, encontra persistências muito concretas no Brasil de hoje; procurando desqualificar como um potencial racismo às avessas as iniciativa de equilibrar as notáveis inequidades sociais, de que trataremos mais adiante.
A “raça” ainda hoje segue originando percepções de como seriam as características morais dos negros. Giacomini (2008), na revisão dos mais importantes estudos nacionais sobre o assunto, menciona que neles os negros aparecem como sendo “brigões”; indolentes; pouco higiênicos. Mesmo hoje, certa identidade é atribuída aos negros; eles seriam instáveis e perigosos (SANTOS, 2000). Outros estereótipos ainda persistem; como mostra Silva Bento