A Sociologia deve continuar a ser uma especulação filosófica que envolve a vida social numa fórmula sintética? Ou deve, pelo contrário, fragmentar-se em diferentes ciências e, se necessita se especializar, como deve ser obtida esta especialização? A sociologia puramente filosófica se baseia inteiramente na idéia de que os fenômenos sociais se submetem a leis necessárias. Os fatos sociais têm ligações entre si que a vontade humana não pode arbitrariamente romper. Esta verdade supõe uma mentalidade avançada e não podia ser mais do que o fruto de especulações filosóficas. A sociologia é filha do pensamento filosófico, ela nasceu na filosofia contista e é o seu culminar lógico. Mas para Comte, a sociologia não consiste na pluralidade de problemas específicos que os cientistas estudam separadamente, ela se objetiva em um único problema e deve cercar, em um momento indivisível, a sequência do desenvolvimento histórico para perceber a lei que o domina como um todo. Estudos detalhados são perigosos, afirmou Comte, porque desviam a atenção do problema fundamental do sociólogo é o conjunto da sociologia. Os fatos sociais são interdependentes e não podem ser estudados separadamente sem afetar gravemente a sua natureza. Os discípulos de Comte não fizeram mais do que reproduzir o pensamento do mestre e as mesmas fórmulas foram repetidas, sem que a sociologia progredisse. Mas por que a sociologia consistiria em um único problema? A realidade social é essencialmente complexa, não ininteligível, mas, apenas, refratária às formas simples. A sociologia não é uma ciência unitária, e, respeitando a solidariedade e a interdependência dos fatos sociais, deve considerar separadamente cada categoria, Contudo, o projeto que traz para a sociologia um único problema é, ainda, o mais geral, mesmo entre os autores contemporâneos. Tratase sempre de descobrir a lei geral da sociabilidade. Todos os fatos estudados pelas distintas ciências sociais têm um traço comum, dado que sociais, e a