Sociologia
O crescimento económico que se observa actualmente em Ndalatando (fruto do investimento do Estado Angolano depois do conflito civil que assolou a província) é hoje desafiado pelo crescimento demográfico. A população que tem vindo a abandonar as zonas rurais e inhóspitas da província, acorre ao interior da cidade em demanda de melhores e maiores oportunidades de vida. A cidade apresenta hoje mais de 142.765 habitantes com residência fixa sendo que apenas uma minoria conseguiu concentrar-se no centro da cidade enquanto a grande maioria teve de povoar os arredores e periferias da cidade.
O crescimento demográfico tem provocado, outrossim, o alargamento do sector informal pelas razões que presumo: a fraca capacidade do sector público em absorver a oferta de capital humano que a cidade oferece; o fraco investimento privado que poderia servir de receita alternativa ao problema do desemprego na cidade; por último, o baixo grau de escolaridade e a não especialização da população desempregada que não obedece ao requisitos para ocupar os lugares disponíveis.
Verifica-se, em Ndalatando, que apenas uma pequena faceta da população encontra-se empregada em áreas do sector público como educação, polícia, bombeiros, energia e águas, áreas administrativas, comunicação social e outros, enquanto a maior concentração populacional recorre aos mercados paralelos, à venda ambulante, à agricultura e, hoje com alguma notabilidade, ao serviço de táxi com as denominadas “kupapatas”.
O crescimento económico acima referenciado que se propõe promover a igualdade social entre indivíduos e melhorar a vida das populações, parece ter desencadeado alguns efeitos perversos. Se por um lado os avanços económicos tendem a melhorar relativamente a vida das pessoas que possuem algum grau de formação académica ou especialização profissional, o espaço social urbano tende, por outro, a exigir mais e a hostilizar os grupos de indivíduos mais vulneráveis e sem qualquer grau de escolaridade ou