OLHAR PARA A HISTÓRIA: CAMINHO PARA A COMPREENSÃO DA CIÊNCIA HOJE | | | | O homem é um ser natural, isto é, ele é um ser que faz parte da natureza; não se pode conceber o conjunto da natureza sem nela inserir a espécie humana. Ao mesmo tempo em que se constitui em ser natural, o homem diferencia-se da natureza, que é, como o diz Marx: "o corpo inorgânico do homem"; para sobreviver ele precisa com ela relacionar-se já que dela provêm as condições que lhe permitem perpetuar-se enquanto espécie: não se pode, portanto, conceber o homem sem a natureza e nem a natureza sem o homem. Na busca das condições pare sua sobrevivência, o ser humano - assim como outros animais - atua sobre a natureza já que, através dessa interação, satisfaz suas necessidades no entanto, a relação homem-natureza diferencia-se da interação animal-natureza no que diz respeito à forma de atuação. A atividade dos animais, em relação à natureza, é biologicamente determinada; a sobrevivência, da espécie se dá através de sua adaptação ao meio. O animal limita-se à imediaticidade das situações, atuando de forma a permitir a sobrevivência de si próprio e a de sua prole; isto se repete, com mínimas alterações em cada nova geração: Por mais sofisticadas que possam ser as atividades animais por exemplo, a casa feita pelo joão-de-barro ou a organização de um formigueiro - elas ocorrem com pequenas modificações na espécie já que a transmissão da "experiência" é feita quase exclusivamente pelo código genético: o mesmo se pode dizer em relação às modificações que provocam na natureza, por mais elaboradas que possam parecer. Assim, se a atuação do animal sobre a natureza permite a sobrevivência da espécie, isso se dá em função de características biológicas, o que estabelece os limites da possibilidade de modificações que a atuação do animal provoca seja na natureza, seja em si próprio.