Serviço social e assistência social: antecedentes históricos do processo de racionalização da prática da assistência social
AMS MARQUES CAVALCANTE
Para compreender a origem da assistência social e desta enquanto política pública é imprescindível discutir sobre os antecedentes históricos do processo de racionalização de sua prática, já que é no âmbito desta política que se inscreve a ação de grande parte dos profissionais de Serviço Social. A análise da assistência social desde sua gênese é de tamanha importância, pois traz em si os elementos que explicitam a questão social e estabelecem, a partir de sua institucionalização, o Serviço Social enquanto profissão. De acordo com Sposati, a prática da assistência social é bastante antiga na humanidade. A assistência dada aos pobres, doentes, “incapazes” e mais “frágeis” surgiu sob diferentes formas nas mais variadas sociedades. Ao longo da história observou-se que vários grupos religiosos adotaram as práticas de ajuda e de apoio e que essa ajuda era fundamentada na perspectiva de que o homem, por sua natureza, é um ser dependente e que superar seus problemas é sempre um desafio a se buscar constantemente.
Na Idade Média surgem as instituições de caridade, constituídas tanto pelas companhias religiosas quanto pelas de caridade leiga. No entanto as práticas filantrópicas foram se consolidando enquanto práticas de dominação, no qual o aceso a assistência foi sendo trocada pelo o agravo a benevolência dos mais pobres. De acordo com Martinelli, da Idade Média até o século XIX, a assistência prestada pela burguesia e pelas instituições religiosas nem sempre era feita com fins somente benevolentes, pois tinha por objetivo também controlar a submissão dos pobres. Ainda segundo a autora é a partir da Revolução Francesa que há um deslocamento da base da assistência, na qual esta passa a ser um direito de todos, atribuindo a toda a sociedade o dever de prestá-la.
No entanto, de acordo com Sposati, ao longo do tempo o