Sociologia
A Disciplina de Formação Musical em debate:
Perspectivas de profissionais da música.
FÁTIMA PEDROSO fatima.pedroso@clix.pt
Pretendeu-se com este estudo identificar alguns parâmetros-chave da disciplina de Formação Musical no contexto dos cursos básico e complementar do ensino especializado de música – quais os seus objectivos, qual o seu papel e importância na formação de um músico, que problemas se lhe colocam hoje em dia...
Optou-se por uma metodologia qualitativa de recolha e análise de dados, tendo-se realizado três debates focalizados de grupo (focus groups) com vários profissionais da música: um com actuais professores de
Formação Musical; outro com professores do ensino superior de música com experiência de leccionação da disciplina ao nível básico e complementar, outro com músicos essencialmente na área da interpretação e composição. Os debates foram gravados e posteriormente transcritos, tendo sido objecto de análise de conteúdo. Os dados obtidos permitem identificar vários pontos críticos relativos à disciplina, no sentido de uma configuração actual, em que se integram quer a formação de (possíveis) futuros músicos, quer de pessoas cujo fim não é a profissão de músico mas tão-somente obter formação em música. Os conteúdos e actividades da disciplina foram também abordados, considerando-se que deveriam sempre reportar-se à música propriamente dita, como fonte e contexto para a aquisição de competências.
INTRODUÇÃO
Herdeira das antigas disciplinas de Rudimentos e Solfejo, cujos objectivos principais eram o domínio da leitura e escrita musical (Pedroso, 2003), a disciplina de Formação Musical
(FM) do ensino especializado de música (básico e complementar) enfrenta hoje desafios mais amplos. Por um lado um novo paradigma de formação de um músico emerge, considerando-se que esta deve ser mais lata e global, virada para o entendimento dos contextos – musicais, históricos, sociais (Vasconcelos, 2000, 2002).
Por outro, o ensino