sociologia

Durante o percurso da tese apoie-me numa abordagem processual e figuracional, em diálogo com a obra de Elias, combinada com a reflexão de “campo instituído da política” analisado na obra de Bourdieu(2005); ambas complementadas pelo estudo sobre representação política, democracia e participação política, leitura apreendida heuristicamente, com uma visão heterodoxa dos processos em questão, entendendo a “multidimensionalidade” da participação do MST-Ba no processo eleitoral, chamando a atenção que essa relação não acontece apenas nos marcos “institucionais formais” da política brasileira. Abordagens essas complementadas com autores contemporâneos que analisam os movimentos sociais esobre representação política (MIGUEL, 2009; YOUNG, 2006; URBINATI, 2006; PITKIN, 2006), democracia (SANTOS, 2005; AVRITZER, LEONARDO, 2005) bem como sobre as relações políticas no Brasil (MARTINS, 2011; GOLDMAN, PALMEIRA, 2006; SINGER, 2009).
As contribuições da Antropologia Política foram igualmente importantes neste esforço de análise. Bourdieu já indicava, por exemplo, a ação dos profissionais da política como grandes produtores dos produtos políticos. Já a Antropologia Política propõe focalizar os entrelaçamentos entre esses atores sociais (profanos e profissionais) para a produção das configurações do campo político. Procura compreender, por exemplo, como os atores sociais experimentam a política, como criam os sentidos para suas participações, como significam os objetivos e as práticas relacionadas ao campo político (KUSCHNIR, 2007, p.163). Essa abordagem me ajudou a refletir sobre as novas figurações, resultantes de mundo social heterodoxo, em que múltiplas forças políticas e culturais, como por exemplo, partidos, organizações sociais, Estado, os movimentos sociais urbanos e rurais, outros grupos e indivíduos todos interdependentes (ELIAS, 1994), tecem essa complexidade, característica da contemporaneidade, cuja compreensão demanda novos instrumentos.