Sociologia
Resumo
Em 100 anos de República no Brasil, destacam-se em nosso capitalismo: o caráter especulativo e de extrema concentração das riquezas; o caráter de um quadro social extremamente deplorável, que impõe a marginalização e a exclusão da grande maioria dos brasileiros, os quais não são respeitados como cidadãos; e, enfim, impõe-se o caráter cartorial-patrimonialista e burocrátcico-autoritário do estado e o caráter clientelístico e mandonista das ptráticas políticas exercidas pelas camadas sociais dirigentes e absorvidas pelas classes e grupos sociais dominados. Apesar da considerável modernização da economia nacional entre os anos de 1954 e 1990 é preciso dizer que o desenvolvimento brasileiro sempre foi destacadamente conservador, pois a riqueza, embora tenha sido ampliada intensamente, não chegou jamais ao povo, mas foi enfeixada por uma limitada classe dominante que sempre manteve em suas mãos toda força e poder, enquanto a maior parte da população tem vivido como uma massa desarticulada, empurrada à mais brutal marginalização sócio-econômica, político e cultural. No período histórico mais recente, o nosso capitalismo também veio a comportar um parque industrial considerável, com indústrias modernas e dinâmicas e um aparelho de estado tecnicamente modernizado, que vieram a empregar uma grande massa de trabalhadores. Entretanto, a partir dos anos 80, a capacidade de crescimento da economia e de investimento do estado decaiu radicalmente. Como solução para o problema, as classes dominantes acenam com um discurso neoliberal que propõe a privatização de tudo, inclusive dos serviços sociais públicos. Enquanto isso, as organizações partidárias insistem, em sua grande maioria, em continuar não apresentando uma maior coerência ideológica, não assumindo publicamente programas e projetos políticos propriamente ditos. É claro que há raras exceções, entre os quais pode-se destacar o PT apesar de suas crises e insuficiências