sociologia
Quanto à beleza física, é de causar espanto a importância desmesurada que ela desfruta, tão efêmera é. Algumas poucas décadas já são suficientes para que se desvaneça em meio a rugas, dobras flácidas, pigmentos senis e cabelos brancos. Que angústia então, absolutamente desnecessária e desproposital, não traz o processo natural de envelhecimento a tantas pessoas inconformadas com isso. Uma gente atormentada por si mesma, que por meio de cremes, poções e plásticas luta ferozmente para trazer de volta uma juventude que há muito se esvaiu. Quadro triste esse.
Beleza real não é isso. Beleza não se restringe a isso. Beleza é algo muito, muito maior. Ela é o efeito natural e inevitável de todo e qualquer fenômeno que se processa em conformidade com as leis da Criação. Tudo o que age e se molda de acordo com essas leis será belo. Sempre. É impossível não sê-lo. Mesmo aqui na Terra podemos então constatar isso, ainda que em escala reduzida, observando a beleza sempre renovada da natureza. Como ela, a natureza, se desenvolve incondicionalmente segundo essas leis, não estando sujeita à vontade humana, tem necessariamente de ser bela.
Entendida como consumo cultural, a prática do culto ao corpo coloca-se hoje como preocupação geral, que perpassa todas as classes sociais e faixas etárias, apoiada num discurso que ora lança mão da questão estética, ora da preocupação com a saúde.
Segundo Pierre Bourdieu, sociólogo francês, a linguagem corporal é marcadora pela distinção social, que coloca o consumo alimentar, cultural e forma de