Sociologia
Breitner Tavares
Doutorando em sociologia pela Universidade de Brasília e bolsista da Fundação Ford. E-mail: breitner@unb.br
WHYTE, William Foote. Sociedade de esquina. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005. 390 p.
Sociedade de esquina é um livro pioneiro no que se refere ao estudo da juventude urbana, já que, entre os anos de 1936 a 1940, foi através do convívio com gangues de jovens filhos de imigrantes italianos em uma região segregada de Boston, que o autor pôde desenvolver uma análise distinta das abordagens quantitativas, realizadas até então, sobre os processos de urbanização.
Willian Foote Whyte foi um pesquisador que trouxe uma significativa contribuição à chamada pesquisa qualitativa em ciências sociais, sobretudo no que ficou conhecido no campo dos métodos e técnicas como "observação participante". Sua trajetória de vida pessoal e acadêmica o influenciou significativamente na sua formação enquanto intelectual.
Advindo de um contexto social de classe média, o autor teve um avô médico e foi filho de professor universitário. Seus interesses partiam da economia, passando por ideais de reforma social e apreço pela atividade de escritor.
Após ter concluído seu curso de Economia, obteve uma bolsa de iniciação científica na Universidade de Harvard para uma pesquisa que duraria três anos, com a condição de não vincular essa pesquisa à aquisição de créditos em um programa de pós-graduação, no caso um doutorado. Essa liberdade e isenção para a realização da pesquisa influenciaram, sobremaneira, na trajetória e mesmo nos resultados obtidos ao final da experiência.
O ímpeto reformista – desenvolvido ainda no período acadêmico –, leva Whyte a desejar pesquisar, a partir de sua vaga idéia do que seria uma "comunidade pobre e degradada" em Boston, e que ele denominou Cornerville. Esse seria o nome aferido ao lugar onde se materializaria a Sociedade de esquina.
Somente mais tarde, em 1942, sua obra