Igreja
A tradição político-econômica brasileira sempre esteve atrelada aos interesses do capital internacional. De forma que investimentos sociais e em infra-estrutura só se iniciaram mediante as demandas destes e restritos às mesmas.
O crescimento da economia, o desenvolvimento de uma classe operária e de uma classe média urbana causou pressão para uma mínima expansão destas políticas sociais. Assim vão surgindo as instituições responsáveis pela assistência médica e pela previdência, deixando a cargo exclusivo do Estado apenas as ações chamadas de saúde pública (como as campanhas de vacinação, sanatórios, hospícios, leprosários etc). Este modelo meritrocrático, no qual só tinha direito a assistência quem pudesse pagar, tivesse carteira assinada, gerava segmentação e diferenciação.
Esta história inicia-se com a instauração da República, em 1889. A República Velha foi marcada por ações campanhistas (como a conhecida vacina obrigatória contra Varíola e Febre Amarela) e reformas sanitárias, particularmente nas zonas portuárias, evoluindo para a criação das Caixas de Aposentadorias e Pensões, com a lei Elói Chaves. (Paim, 2003)
O populismo da Era Vargas (décadas de 30 e 40) e a aliança com os principais sindicatos abrem espaço para o estabelecimento de uma cidadania regulada, bastante exemplificada pela criação dos Institutos de Aposentadorias e Pensões das diversas categorias de trabalhadores. Demais categorias não contempladas não gozavam de direitos como acesso à assistência de saúde. (Estado e Políticas Públicas, 1998)
O Regime Militar autoritário traz consigo forte cunho neoliberal, políticas econômicas concentradoras de renda, internacionalização da economia, com vistas à viabilidade financeira do empreendimento público. Desta forma políticas sociais são focadas nos indivíduos que possam consumir esse tipo de recurso. (Paim, 2003)
A chegada até o SUS é marcada por disputas políticas e sociais.